• Coisas que uma mãe descobre nº3: readaptar o guarda-roupa



        Durante a minha gravidez, sobretudo no final, quando as dores nas costas tornavam impossível calçar os meus queridos saltos altos, a coisa de que tinha mais saudades era do meu guarda-roupa fashion. A saia comprida de cintura subida, os vestidos justinhos, os tecidos sedosos. Pensava eu, na minha ingenuidade de mãe de primeira viagem, que assim que recuperasse a forma poderia voltar a usar tudo como antes. Pois não podia estar mais enganada.
        Não é "apenas" uma questão de recuperar a silhueta. É todo um novo estilo de vida. Não que as mães tenham de se vestir de mães. Só que, de repente, a escolha da fatiota do dia está condicionada por diversos factores que antes nos passavam ao lado.
    1) andar com um bebé ao colo não se coaduna com saltos de 10cm. Sobretudo na calçada portuguesa. Por isso, temos duas hipóteses: ou andamos de saltos mais baixos ou não tiramos o bebé do carrinho (a minha opção preferida). Aliás, o carrinho até ajuda na árdua tarefa de calcorrear as ruas das nossas cidades.
    2) unhas pintadas só se for de cor neutra. É que entre as inúmeras lavagens de biberões, banhos, mudas de fraldas e desapertar minúsculos botões e molinhas das roupas do bebé, acreditem que o Rouge Noir fica desfeito em dois dias. Assim, a minha opção é manter as unhas das mãos bonitas mas com verniz transparente e aproveitar a cor para as unhas dos pés.
    3) Há peças que devem ficar longe das crianças. Baba, leite, papa, fruta, bolsado, são apenas alguns dos fluidos que podem destruir uma camisa de seda ou um vestido de cetim. E acreditem que, por mais aventais que ponham, o vosso pequenino ser vai encontrar maneira de vos sujar. A maioria das vezes de forma tão amorosa que a dor de ver aquela peça arruinada é atenuada. Naquele momento. Depois, quando estamos a tentar adormecer, volta para nos assombrar. O que fazer? Antes de vestir seja o que for pergunto-me "ficarei muito triste se esta peça se estragar?". Se a resposta for sim, a peça volta para o armário à espera de um jantar só de adultos.
    4) Brincos e acessórios são brinquedos muito divertidos. E perigosos. Se por um lado, dão jeito para entreter o bebé na origem de uma birra no meio do restaurante, também podem dar uma enorme dor de cabeça, quando ele rebenta o colar e começa a colocar as pecinhas na boca ou quando nos rasga um lóbulo com um puxão no brinco. Alternativa? Brincos de mola, peças que não se partam, investir em cintos e carteiras em vez de pulseiras e colares.

        Resumindo, não é preciso renunciar às últimas tendências. Apenas readaptar o nosso estilo e lembrarmo-nos que agora já não estamos sozinhas. E ainda bem.





    Comentários
    0 Comentários

    0 comments → Coisas que uma mãe descobre nº3: readaptar o guarda-roupa

    Enviar um comentário